Prática de ensino: Introdução a docência (PEID) Atividade 3 Exame

 AVALIAÇÃO: 



Observações: Parabéns, boas atividades.



POSTAGEM 3: EXAME (ATIVIDADE 1 + ATIVIDADE 2)
REFLEXÕES REFERENTES AOS 13 TEXTOS E
AO TEXTO SELECIONADO



SUMÁRIO

1. Reflexões dos Treze Textos......................................................................................................3
1.1 Educação? Educações: aprender com o índio......................................................................3
1.2 O fax do Nirso.....................................................................................................................4
1.3 A História de Chapeuzinho Vermelho (na versão do lobo) ...............................................4
1.4 Uma pescaria inesquecível..................................................................................................4
1.5 A Folha Amassada....................................................................................................................5
1.6 A Lição dos Gansos..............................................................................................................5
1.7 Assembleia na Carpintaria....................................................................................................5
1.8 Colheres de Cabo Comprido.................................................................................................6
1.9 Faça parte dos 5%................................................................................................................6
1.10 O Homem e o Mundo..........................................................................................................6
1.11 Professores Reflexivos........................................................................................................7
1.12 Um Sonho Impossível? ......................................................................................................7
1.13 Pipocas da Vida......................................................................................................................7
2 Texto Selecionado O aluno Computador Rubem Alves .......................................................8
3 Reflexões sobre o texto selecionado............................................................................................9
 4 REFERÊNCIAS

  
1. Reflexões sobre os treze textos

1.1 Educação? Educações: aprender com o índio
“Educar não é ensinar respostas, educar é ensinar a pensar.”
Rubem Alves
            A aprendizagem não deve ser um processo derivado de um único local determinado, com um único responsável por passa-la e principalmente, formatada a partir de um único modelo. As diferentes vivências e situações em contextos sociais e culturais diversos são favoráveis para a construção de uma educação que forme pessoas com maior criticidade e que contribuam para a formação de uma sociedade mais justa e igualitária.
            Tivessem, homens e índios, construído um novo processo de aprendizagem onde ambos ensinassem e aprendessem, certamente criariam a possibilidade para a produção de um ensino melhor, mais participativo e principalmente mais representativo.

1.2 O fax do Nirso
            Cabem a este texto dois focos de reflexão. O primeiro no que diz respeito a posição profissional de Nirso e seus superiores. O gerente, a quem somente interessa a imagem da empresa, pensa em talvez demitir ou chamar a atenção do vendedor, o qual possui uma linguagem informal que não condiz com o nível dos demais funcionários. De outro lado, temos o diretor, a quem somente interessam os lucros, deixando de lado a suposta má impressão que a linguagem informal irá passar. É obvio que empresas querem bons resultados nas vendas, sempre. Afinal o bem estar de uma empresa vem do lucro de suas vendas. Em empresas comprometidas com suas marcas, a equipe de vendas é cada vez mais selecionada com base em seus conhecimentos acadêmicos e que apresentem profundo conhecimento técnico do produto e das necessidades do cliente. Nessas empresas não existem lugares para vendedores com o perfil do Nirso, o que nos leva a uma outra reflexão: quando nos é permitido usar a linguagem informal?
            Há situações em que nos é permitido usar a linguagem informal tanto na fala quanto na escrita. A situação comunicativa em que nos encontramos é o que determinará a melhor forma de nos comunicarmos. Por isso é importante que como futuros educadores, saibamos que usar as variações linguísticas e uma linguagem informal em sala de aula não só é permitido como deve ser incentivado afim de conseguir uma maior participação dos alunos, mas também que o aluno deve ter acesso e conhecimento da variedade padrão ou norma culta, para que esteja preparado em situações em que esta seja exigida.

1.3 A história de Chapeuzinho Vermelho (na versão do lobo)
“Cada um lê com os olhos que tem.
E interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é a vista de um ponto.”
Leonardo Boff
A verdade é o que se apresenta pela construção do narrador de determinado fato. Ensinar a um aluno a analisar todas as narrativas de todos os pontos de vista possíveis é formar cidadãos críticos e capazes de absorver uma informação e transformá-la em conhecimento a partir de sua própria análise, quebrando assim um ciclo de reprodução e manutenção das classes dominantes. A missão da educação é a transformação de pessoas para que vivam em mundo melhor e um educador só poderá ser totalmente pleno em tal propósito se ao adentrar a sala de aula despir-se de todas as suas ideias pré-concebidas.
           
 1.4 Uma pescaria inesquecível

A ética é inata ao ser humano e deve ser aprendida afim de se criar uma natureza moral sobre sua natureza instintiva. A conduta ética é uma função dos pais, mas quando esses não se apresentam ou não possuem tais princípios e convicções é função da escola, da igreja, de ambientes culturais e de lazer formar a conduta ética de uma pessoa.
As atuações da criança devem ser balizadas com a colocação de limites adequados e o que se transmite para tal não surge de um discurso verbal, mas de uma conduta. A criança que recebe limites aprende a desenvolver a inteligência e o respeito pelo outro e pela natureza que o cerca, tornando-se mais tarde um novo modelo para as gerações seguintes.
           
           
 1.5 A Folha Amassada
Lidar com frustação, controlar impulsos, regular as emoções, adiar a satisfação e a necessidade, fazem parte do desenvolvimento emocional do qual todos nós passamos. Para que a criança aprenda soluções inteligentes e aceitáveis para obter o que ela deseja e não deixar de pleitear seu intento, deve-se manter aberto o diálogo. Não se trata aqui de se ensinar a criança a sempre ser “boazinha”, trata-se de ensiná-la que os limites de seu próprio espaço terminam ao começar o espaço do outro. O educador deve repassar da melhor forma possível o respeito e empatia ao outro.
           
 1.6 A Lição dos Gansos
            O trabalho em equipe quando realizado de forma harmônica é mais eficiente se todos fazem revezamento das tarefas pesadas e dividem a liderança. Quando os componentes de uma equipe seguem em uma direção comum pode-se atingir o objetivo mais fácil e rapidamente. Devemos e podemos aprender com os gansos. Em um ambiente escolar, se trabalharmos com sensibilidade e sabedoria todos “voam” para alcançar os seus objetivos. Num ambiente conturbado por “ventanias” e adversidades é necessário que haja a sabedoria das aves que voando em bando e revezando as tarefas pesadas e a liderança conseguem atingir o sucesso.

1.7 Assembleia na Carpintaria
“Ao atentar somente o ordinário,
perde-se o extraordinário.”
(anônimo)
            Ao focarmos somente naquilo que uma pessoa ou aluno, não consegue realizar, deixamos de lado o mais relevante que a importância daquilo que se sabe realizar plenamente. Um peixe nunca será bom em escalar uma árvore, assim como um pássaro nunca será o melhor em nadar. Toda atividade requer uma estrutura envolvida, uma vez que não se constrói nada sozinho, isolado, sem ajuda e aprendizado.



1.8 Colheres de Cabo Comprido
            Trabalhando em equipe de forma coordenada é possível realizar muito mesmo diante das adversidades. Estando dispostos a conviver em condições que não são ideais e estando realmente comprometidos com um bem comum, conseguimos contornar os obstáculos a nós impostos. O educador deve ser conciliador e em busca de um intuito trabalhar em equipe em busca do êxito almejado.

1.9 Faça parte dos 5%
            “No que diz respeito ao empenho, ao compromisso,
ao esforço, a dedicação, não existe meio termo:
ou você faz bem feito ou não faz.”
Ayrton Senna
Certamente, um educador inesquecível faz parte desses 5% por cento, e por certo que numa classe em que ele trabalhe não haverá somente 5% que se sobressairão. A inspiração de uma pessoa dedicada estimula todos a seu redor, sejam alunos ou colegas de trabalho. Estimular um aluno a sempre dar o melhor de si é tarefa árdua e encontra muitos obstáculos, mas tudo que é feito com esmero gera frutos. É necessária a paciência e o compromisso para que se faça a diferença.

1.10 O Homem e o Mundo
            Por vezes, alguma adversidade pode parecer intransponível e insuperável, a nossos olhos, porém para os olhos de outrem, que observa tal problemática de outro ponto de vista a solução pode tomar um novo caminho e se apresentar de forma simples e natural.
Ao educador em sala de aula, cabe a missão de ensinar a resolução de conflitos em que haja a participação de todos.

1.11 Professores Reflexivos

Quando um educador traz em si o hábito de refletir sobre sua própria educação incluindo a sua formação cotidiana, adquirida com leituras, pesquisas, cursos de extensão, estará formando uma base, um alicerce que irá carregar por toda sua vida e que constituirá determinantemente o diferencial para sua boa atuação enquanto professor reflexivo.
Esse educador é capaz de multiplicar esse conhecimento no ambiente escolar e criar fatores que gerem mudanças e determinem evolução. Assim o aluno é levado a ver nesse ambiente a oportunidade de crescer e aprender, pois o educador que é reflexivo é capaz de despertar nos alunos a curiosidade.


1.12 Um sonho impossível
            “Ensinar não é transferir conhecimentos,
mas criar possibilidades para sua produção
ou sua construção.
Quem ensina aprende ao ensinar e
quem aprende ensina ao aprender.”
Paulo Freire

É fácil culpar o aluno e sua condição social pela evasão escolar, mas será que não estamos falando de uma escola com um único modelo de educação? A escola deve ser um local onde o aluno sinta-se bem, que seja aguardada a sua presença, que tenha participação nas decisões, que tenha pertencimento. É fácil? Definitivamente não.
Há necessidade de conhecer a comunidade da qual esses alunos fazem parte, há necessidade de conhecer a família desses alunos, a escola terá que repensar como está inserida nessa comunidade e como contribui para que esse lugar seja melhor. Exemplos não faltam, existem muitas escolas que superaram as adversidades e conquistaram a comunidade em que estão inseridas.
O que falta então? Educadores e gestores que voem como gansos, que alimentem a boca de outrem com suas colheres de cabos longos, que façam parte dos 5%, que sejam reflexivos, que enxerguem o mundo com outros olhos e vejam nos martelos, serrotes e lixas o extraordinário.

1.13 Pipocas da vida
“SE VOCE ME CONHECE BASEADO
NO QUE EU ERA UM ANO ATRAS,
VOCE NAO ME CONHECE MAIS.
MINHA EVOLUCÃO É CONSTANTE,
PERMITA-ME APRESENTAR NOVAMENTE.”
(anônimo)
Um educador deve estar em constante evolução, trazer em si a satisfação de formar e mudar, não só a si mesmo, como também seus alunos e o ambiente a seu redor.
O educador não é mais aquele que contém a informação, mas aquele que transforma, que conduz a construção do conhecimento, aquele que habilita seus alunos a serem críticos e a ter autonomia.


           


 2.TEXTO SELECIONADO

O aluno computador

Há perguntas para as quais a memória perfeita não consegue responder.
Rubem Alves

Era uma vez um jovem casal muito feliz. Ela estava grávida e eles esperavam com grande ansiedade o filho que nasceria.

Transcorridos os nove meses de gravidez, ela deu à luz um lindo computador! Que felicidade ter um computador como filho! Era o filho que desejavam! Por isso eles haviam rezado muito, durante toda a gravidez.. O batizado foi uma festança. Deram-lhe o nome de Memorioso, porque julgavam que uma memória perfeita é o essencial para uma boa educação. Educação é memorização. Crianças com memória perfeita vão bem na escola e não têm problemas para passar no vestibular.

E foi isso mesmo que aconteceu. Memorioso memorizava tudo o que os professores ensinavam. E não reclamava. Seus companheiros reclamavam, diziam que aquelas coisas que lhes eram ensinadas não faziam sentido. Não aprendiam. Tiravam notas ruins. Ficavam de recuperação, o que não acontecia com Memorioso.

Ele memorizava com a mesma facilidade a maneira de extrair raiz quadrada, reações químicas, fórmulas de física, acidentes geográficos, datas de eventos históricos, regras de gramática, livros inteiros. A memória de Memorioso era perfeita.

Ele só tirava dez. E isso era motivo de grande orgulho para os seus pais. Os outros casais, pais e mães dos colegas de Memorioso, morriam de inveja. Quando seus filhos chegavam em casa trazendo boletins com notas vermelhas, eles gritavam: “Por que você não é como o Memorioso?”.

Memorioso foi o primeiro no vestibular. O cursinho que ele freqüentara publicou sua fotografia em outdoors. Apareceu na televisão como exemplo a ser seguido por todos os jovens. Na universidade, foi a mesma coisa. Só tirava dez. Chegou, finalmente, o dia tão esperado: a formatura.

Memorioso foi o grande herói, elogiado pelos professores. Ganhou medalhas e mesmo uma bolsa para doutoramento no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Depois da cerimônia acadêmica, estavam todos felizes no jantar. Até que uma linda moça se aproximou de Memorioso: “Eu gostaria de lhe fazer uma pergunta”, disse a jovem. “Pode fazer”, respondeu Memorioso, confiante.


Ele sabia todas as respostas. Aí ela fez a pergunta: “De tudo o que você tem memorizado, o que mais te comove?”.

Memorioso ficou em silêncio. Aquela pergunta nunca lhe havia sido feita. Os circuitos de sua memória funcionavam com a velocidade da luz procurando a resposta. Mas ela não estava registrada em sua memória. Onde poderia estar? Seu rosto ficou vermelho. Começou a suar. Sua temperatura subiu. E, de repente, seus olhos ficaram muito abertos, parados, e se ouviu um chiado estranho dentro de sua cabeça, enquanto a fumaça saía por suas orelhas.

Memorioso primeiro travou. Deixou de responder a estímulos. Depois apagou, entrou em coma. Levado às pressas para o hospital de computadores, verificaram que o seu disco rígido estava irreparavelmente danificado. Há perguntas para as quais a memória perfeita não consegue responder. É preciso coração.



3. REFLEXÕES REFERENTES AO TEXTO SELECIONADO

O aluno computador de Rubem Alves

O texto "O aluno computador" do educador Rubem Alves ilustra de maneira perspicaz e inteligente a necessidade de uma mudança de modelo no sistema formal de educação.
Memorioso, o personagem que possuía uma memória perfeita e inúmeros prêmios e grandes feitos na visão de seus pais e professores, não possuía criticidade, não conseguia emocionar-se e não tinha o que Alves sabiamente chama de “fome de aprender”.
Uma educação que prima por conteúdos, onde o aluno recebe uma quantidade enorme de informações sem que aja uma contextualização ou reflexão dos mesmos, sem que aja uma preocupação com o desenvolvimento do raciocínio lógico e com a cultura geral do aluno, ainda é o sonho de muitos pais, ter filhos que são como  Memorioso, pois ainda é recente a mudança de paradigmas na educação. Ainda estamos num processo de transformação do antigo modelo.
A ilusória sensação de que uma criança é um aluno perfeito porque sabe memorizar uma lista de nomes de estados e capitais ou de palavras que são escritas com dois ss, é somente isso: uma ilusão.
Como futuros educadores é nossa obrigação criar um ambiente favorável à criança, para que esta sinta curiosidade, seja instigada a investigar, a descobrir o porquê das coisas funcionarem de determinadas maneiras e não de outras fomentando a reflexão.
Dar oportunidade dos pais e demais pessoas da sociedade de participarem dessa vivência está, por exemplo, nas feiras de ciências, nas exposições de projetos, desde que nessas feiras e exposições seja dada aos alunos a oportunidade de demonstrar o que aprenderam, inclusive com suas explicações - simples, mas verdadeiras.
É também papel da sociedade e, principalmente dos pais, incentivar e mostrar interesse pela aprendizagem dessas crianças que refletem a futura geração que está aí.
Se não quisermos ter, um exército de robôs, pessoas que somente olham para o próprio umbigo, pessoas que perderam a capacidade de serem rebeldes, críticos, curiosos, não podemos continuar adotando os valores que colocam o "aluno perfeito", o aluno que gabarita os testes padronizados como meta principal de nossa educação.



REFERÊNCIAS

ALVES, Rubem. O aluno computador. Revista Educação, publicado Set/2011. Acesso em Maio/2016. http://revistaeducacao.com.br/textos/118/artigo234093-1.asp
ANTUNES, C. 10 Histórias Exemplares. In: Coleção Grandes Autores. São Paulo: Atta Mídia e Educação, 2004. 1 videodisco.  
ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez, 2003. p. 7-10. 
ALVES, R. A pipoca. In: O amor que acende a lua. Campinas: Papirus, 1999. p. 54-57.  BRANDÃO, C. R. O que é educação. In: Coleção Primeiros Passos. 28ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. 
CRUZ, C. H. C. Competências e Habilidades: da proposta à prática. Coleção Fazer e Transformar. 2ª ed. São Paulo: Loyola, 2002. 
HAIDT, R. C. C. Curso de Didática Geral. 7ª ed. São Paulo: ática, 2002. 
LENFESTEI, J. Histórias para aquecer o coração dos pais. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. 
RAMOS, M. N. Da Qualificação à Competência: deslocamento conceitual na relação trabalho-educação. Niterói: UFF, 2001.